Numa palestra que a Rosemary Arrojo deu na PUC-Rio, ela falou da imagem que outras pessoas têm dos tradutores, os estereótipos que obras literárias ajudam a cristalizar e as metáforas empregadas com relação aos tradutores. E mencionou algumas dessas obras, que anotei (constatando que já tinha lido a maioria) e logo em seguida fui tratar de providenciar.
São elas:
- "O tradutor cleptomaníaco", conto de Deszö Kosztolányi em que um tradutor surrupia muitos objetos de valor que havia no texto original e são constam no traduzido.
- Se um viajante numa noite de inverno, romance de Ítalo Calvino em que se forma um triângulo amoroso entre o autor, a leitora e o tradutor.
- "Carta a una señorita en París", conto de Julio Cortázar em que um tradutor não consegue deixar de vomitar coelhinhos, os quais destróem a casa.
- "Pierre Menard, autor del Quijote", conto de Jorge Luís Borges sobre um escritor que tenta traduzir o Dom Quixote para o espanhol, com as mesmas palavras do original.
Eu adoraria conhecer outras obras com os tradutores como personagens. Alguém se lembra de mais alguma?
* * *
Mais uma (obrigada, Carla!):
- "Notas ao pé da página", conto de Moacyr Scliar que consiste apenas de notas do tradutor.
4 comentários:
Uma curiosidade: essa resenha de "Se um viajante...", a mais interessante que encontrei em português sobre o livro, não menciona o tradutor uma única vez. Santa ironia, Batman!
Carol, nessa palestra a Arrojo também falou de um conto do Moacyr Scliar que na verdade eram as notas do tradutor, lembra? Pena que não me lembro do nome... :(
Beijinhos
É verdade! O pior é que esse era o texto principal da palestra e eu tinha esquecido dele. Vou fazer um adendo. Obrigada!
olá,
tem tb outro conto do Cortazar, Babas del Diablo, no qual o protagonista é tradutor, q fotografa nas hoas vagas.
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